segunda-feira, 10 de novembro de 2008

A Escola

A escola é uma assembléia permanente que reúne o Brasil criança e adolescente todos os dias. Imaginemos uma estrutura extensa o suficiente para incluir, em suas atividades, milhões de jovens e crianças e ocupar parte de suas vidas durante anos.
O potencial mobilizador e participativo da escola não para por aí. Incorpora uma teia de relações que extrapola seus “muros” e se estende à comunidade. A palavra-chave da escola é o encontro. O caminho mais fértil, o diálogo.
Os sujeitos se encontram para um diálogo cujo objeto compartilhado é o mundo. Os sujeitos dialogam para torná-lo melhor.
Do diálogo nasce, em primeiro lugar, o exercício da socialidade, que possibilita a construção e reconstrução do conhecimento, a consciência cidadã, o desejo e a prática participativa. Nasce o questionamento de nossas mazelas, daquilo que, não estando remediado, se repete.
Identidades, afinidades, intersubjetividade. A escola é viva. Pessoas e grupos interagem numa dimensão espaço-temporal, repleta de acontecimentos, determinada pela dinâmica das histórias e tendências pessoais, das bagagens intelectuais e da vida afetiva. Sem o reconhecimento do outro, a produção de sentido, a esfera simbólica, a linguagem e as identidades deixam de existir.
O espaço escolar é constituído e sua singularidade desmonta a lógica de um sistema que divide funções e tarefas para executar seus objetivos.
Há sempre uma brecha para realizar o potencial humanista da comunidade escolar. Mesmo em situações de grande coerção, ela encontra suas formas de escapar do controle e tecer suas próprias saídas.
Escola desejada nos sonhos da criança que nela está chegando. Encantamento e promessa. Essa escola que perseguimos desde sempre, quando está pronta, já é hora de mudar.
Escola mutante que se ajeita, se contorce e se modela aos desafios que o mundo revela e impõe.
Mas de que escola estamos falando?
De todas e de nenhuma. Estamos falando de uma utopia e, como tal, sua finalidade é configurar um sonho nem sempre provável, mas possível.
A utopia da escola nova, da escola cidadã, da escola integradora, a escola do presente, do futuro... Quantas promessas já surgiram em busca dessa utopia?
Se não for assim que vivenciamos o espaço escolar, resta-nos a escola como um reflexo da sociedade, aquela que reproduz qualidades e defeitos do processo social, principalmente os defeitos. E mais, atua para a manutenção do modelo social e fornece o ser-objeto, treinado para a subserviência.
Quanto mais autoritárias forem as relações sociais, mais excludente será essa escola. A utopia, nesse caso, é vivenciada como algo inalcançável, apenas uma “utopia”.
O coração da escola, que é uma assembléia permanente, é a possibilidade cotidiana de realizar sua utopia. A utopia é o que é possível fazer: voltar os olhos para as singularidades locais, reconhecendo a heterogeneidade, a diversidade de linguagens e a pluralidade das experiências e do conhecimento, no contexto social, sempre permeado pelo exercício da afetividade.A escola sonhada e a escola-reflexo da sociedade injusta todos os dias se encontram na escola real. Compartilham dos projetos pedagógicos, das rotinas escolares e das relações políticas e precisam de mediadores para romper com a oposição e partir para o diálogo.

Por Lila Rosa, do Livro Protagonismo Juvenil - Direitos, Cidadania e Orçamento Público do Inesc, 2007.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Assim não dá!

http://www.youtube.com/watch?v=TIr9VogiswE

Mal educados por quê?

Mal educados por uma má educação.
Mal educados por falta de professores.
Mal educados por falta de estrutura física.
Mal educados por falta de voz
Mal educados porque quando chove pinga na nossa cabeça.
Mal educados por que o teto cai na nossa cabeça.
Mal educados por falta de investimento.
Mal educados por dinheiro desviado/ não aplicado.
Mal educados por professores despreparados.
Mal educados também por inércia. Estamos acomodados.
Mal educados pela violência nas escolas.
Mal educados por uso de drogas.
Mal educados por irresponsabilidade dos diretores.

Mal educados, ainda. Mas não por muito tempo.
Educação de QUALIDADE deve ser para todos!
Educação de qualidade também é nossa responsabilidade.

A gente pode fazer mais! Dê sua idéia!

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